quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

LIXO TOMA CONTA DAS RUAS DA ZONA SUL

Uma vergonha! Vários bairros da zona sul de Marília, em especial Costa e Silva e Jardim Continental, estão com a coleta de lixo atrasada, com sacos e sacolas acumulando-se nas calçadas e lixeiras. Cachorros e gatos fazem a festa. As apertadas ruas do Costa e Silva estão parecendo uma área de fim de feira.

A situação não ocorre só na zona sul. Há mais de uma semana o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Mauro Cirino, vem denunciando o sucateamento dos serviços prestados na garagem municipal e a transferência de serviço de conserto de caminhões para oficinais terceirizadas.

Segundo ele, hoje, nesta quinta-feira, apenas oito caminhões estão aptos a recolherem as mais de 100 toneladas de lixo que a cidade produz diariamente. Mas Cirino garantiu que os trabalhadores vão fazer um esforço pessoal para pelo menos amenizar o sofrimento da população. Com o calor dos últimos dias, a coisa fica mais complicada ainda.

Os jornais de Marília, principalmente, estão de olhos fechados para mais esta realidade, comportamento semelhante ao da maioria dos órgãos de comunicação. E justiça seja feita, a César o que é de César: o único a falar sobre a questão é o jornalista José Henrique, da rádio 950 AM.

ESQUEÇAM O QUE ESCREVÍ! Na maior "cara de pau-brasil", Sydney Gobetti entra no cordão dos puxa-sacos de Márcio Mesquita Serva... É o Carnaval que está chegando!!!

Impossível não lembrar-se dos versos iniciais de "Jornal Blues/Canção de Escárnio e Maldizer", do impagável Belchior:

"-Nesta terra de doutores, magníficos reitores, leva-se a sério a comédia!"

A sessão da Câmara de segunda-feira (14/02/2011) aprovou por unanimidade (alguém acha que poderia ser diferente?) um requerimento de congratulações de autoria do vereador Sydney Gobetti de Souza (PC do B) elogiando a Universidade de Marília (Unimar), com ênfase na pessoa do reitor Márcio Mesquita Serva, pelas recentes classificações obtidas em ranking's de avaliação do nível de ensino das universidades brasileiras.

Quero ressaltar a justiça das láureas, que chegaram após alguns revezes em anos anteriores, situação natural para uma instituição que busca incansavelmente o aperfeiçoamento em todas as áreas, tanto as voltadas para o público interno (corpo docente, discente e colaboradores), como para nós, aqui do lado de fora.

Mas quem é esse Gobetti que hoje, às vésperas do Carnaval, na maior "cara de pau-brasil", vem engrossar o cordão dos puxa-sacos do reitor Márcio Mesquita Serva? A "cobra barbuda" se acha esperta e quer dar um "bote" político tendo em vista as eleições municipais do ano que vem?

Vejam o que encontrei lá no fundo do baú do Jornalista Oswaldo Machado...

Era 8 de maio de 1986, quase 25 anos atrás. Márcio Serva lutava para conseguir no Ministério da Educação a mudança de status da então Associação de Ensino de Marília (AEM) em Unimar. Já na condição de vereador do PC do B, Gobetti e mais quatro pessoas da política, meio acadêmico e entidades de classe enviaram uma carta ao Ministério da Educação.

No ritmo da marchinha de Carnaval, "recordar é viver"...

Então voltemos à tal carta.

Em cinco laudas datilografadas (naquele tempo ainda se usava máquina de escrever, minha cara moçada da web), Gobetti e a companheirada baixaram o porrete em Márcio Serva e na nascitura Unimar.

Um atual editor de importante jornal diário local, que sai todas as manhãs, também era outro que não perdia a chance, um pouco antes, de desancar a Associação de Ensino de Marília.

Hoje estão aí, um bando de áulicos, babões do reitor...

Em resumo, a catilinária falava em dificuldades para registro de diplomas, venda de vagas, cursos vagos, remanejamento irregular de vagas de um curso para outro e venda de vagas no mais concorrido.

Com uma visão obtusa para o futuro, Gobetti criticava a vinda, para Marília, de estudantes oriundos "do Acre, Rondônia, Pará, Mato Grosso, São Paulo-capital etc."


DE OLHO EM 2012
Esse strip-tease de Gobetti, e por consequência, da militância do PC do B, acontece por conta das articulações para a eleição do próximo prefeito de Marília, em 2012.

Pobre moçada da UJS (Juventude Socialista) e da Umes (estudantes secundaristas) que ora é usada para ir às ruas gritar por ensino público e gratuito, ora é orientada a ficar em casa em tempos de aumento da passagem de ônibus, e, pela intenção de seu Grande Líder, amanhã será usada como massa de manobra para fazer passeata enaltecendo a Unimar...

Dois ou três "gênios" metidos a marqueteiros, especialistas em política, estão há meses fazendo de tudo para que Márcio Serva "libere" uma de suas filhas, que tem se destacado pela competência administrativa na universidade, a ser candidata a vice-prefeita.

Eles argumentam que a menina é "o nome certo": encarna a juventude, o empresariado e o gênero feminino; "inspirados" nas performances de Dilma Roussef, Marina Silva e Marta Suplicy.

Estão mesmo é de olho na verba de campanha que pode sair do bolso do reitor, que habilmente vai levando todo mundo na conversa mas jamais vai dar sua filha aos leões...

A realidade é a seguinte, Caros Amigos e Amigas: do jeito que a coisa está,  hoje, o único nome capaz de impedir a volta do deputado federal Abelardo Camarinha (PSB) à prefeitura, é o do próprio Márcio Mesquita Serva.

Torço e vou trabalhar por uma alternativa que nos livre desse retrocesso, mas a tragédia que virou a administração Grancieri dá palanque, dia sim, dia não, para a verborragia do ex-prefeito.  E o cara é profissional, é do ramo, tá com tesão pela coisa.

O duro foi, é, e vai ser convencer o Márcio a ser candidato.

Sujeito de visão, empreendedor, no íntimo da alma, ele até gostava da idéia. Em eleições passadas, quando o reitor nem precisaria sair de casa pra ser vitorioso, a esposa, dona Regina, dava a palavra final, mais ou menos dessa maneira:

"-Vai não! Tem que cuidar da consolidação da Unimar, seu sonho, seu projeto de vida, desde que a gente namorava naquele Gordini vermelho admirando a vista das áreas que estávamos adquirindo, a partir de onde hoje é a rua Manoel dos Santos Cheira!"

Marilienses e Amigos de Marília!

O jogo para 2012 está rolando solto nos bastidores. Os partidos têm até o final de setembro para comporem suas listas de candidatos a vereador e deixar mais ou menos certas as coligações a serem apresentadas à Justiça Eleitoral. Nós, eleitores, só vamos tomar conhecimento de tudo no fechamento das convenções partidárias, em meados do próximo ano.

Mas isso é assunto pra depois. O Marilialeaks não vai furtar-se a mostrar, opinar e dar espaço para a discussão desse importante tema. Afinal, estamos falando da administração de um orçamento de quase R$ 600 milhões por ano. Quase dois bilhões e meio de reais ao final de um governo. Isso interessa não só às pessoas que vivem nos e dos bastidores.


CARA DE PAU-BRASIL
O voto de congratulações proposto por Gobetti foi motivo de chacota nas rodas mais esclarecidas da cidade, entre os que têm memória. Não parece, mas a audiência da TV Câmara (transmite ao vivo as sessões legislativas todas as segundas a partir das 17 hs) e da rádio Clube AM é maior do que imaginamos.

"Cara de pau" foi uma das expressões que correram do Chaplin ao O Forno, da Cachaçaria Água Doce ao recanto Brahma, passando pelos botecos das vilas.

"Cara de pau-vermelho", acrescento, lembrando do pau-brasil, a árvore, nossa Caesalpinia Echinatalam, madeira dura, resistente, fina e incorruptível. Será que ele vai fazer a barba com óleo de peroba ou já fez uma aplicação de teflon, pra não grudar mais nada que lembre os velhos tempos?

Os fatos relatados pelo vereador comunista em 1986 teriam que ser expostos num livro isento, uma obra biográfica de fôlego que cobrisse a vida de Márcio Serva e seus empreendimentos. Coisa para os historiadores.

Contradições e problemas no começo fazem parte de empresas que hoje são verdadeiros patrimônios do Brasil, como a Rede Globo, o império do apresentador Sílvio Santos e a própria TV Record.

O que dói, para quem já era jornalista naqueles dias, militante da esquerda que se encantava com o discurso inflamado (hoje a tática é a "fala mansa"...), e pra todos nós que vivemos aquele momento e hoje assistimos abismados a políticos nos dizendo que as antigas verdades eram "bravatas", é avaliar as consequências do que poderia ter acontecido caso algumas "bandeiras" tivessem sido contempladas.

Se a intenção de Sydney Gobetti tivesse sido levada adiante, simplesmente hoje não existiria a Unimar, que alavancou todo o desenvolvimento da região oeste de Marília e contribuiu para o fortalecimento da economia local no setor de serviços, além de trazer importantes cabeças pensantes para a cidade. E por consequência forçou tanto a Unesp como a Univem/Fundação Soares da Rocha a também investir e se modernizarem.

O tempo passa, a cidade precisa de renovação em seus quadros políticos. Gobetti tem uma inigualável história de lutas que todos nós temos de respeitar. Mas igual a tantos que estão na política desde quando ele foi eleito pela primeira vez, em 1982, deveria entender que é hora de deixar a fila andar.

O PC do B tem quadros como André Gomes e a ex-secretária da Juventude, Keka Costa, além de uma garotada interessante na UJS e Umes, mais alinhados com a realidade das ruas e as necessidades atuais do "proletário" contemporâneo.

Abri o texto com Belchior e fecho com Cazuza:

"- Ideologia: eu quero uma pra viver!"

MEUS AGRADECIMENTOS, E UMA JUSTIFICATIVA

Meus Caros Amigos e Amigas!!!

Como diria o André Gomes do PC do B, "é com grande alegria" que venho agradecer a todos pelo apoio à iniciativa de finalmente botar esse blog no ar e, principalmente, pela repercussão silenciosa que o Marilialeaks está alcançando. É graças a vocês, Amigos de verdade, ao e-mail do Yahoo e ao uso do Faceboook que isso está acontecendo.

Em pouco mais de 24 horas desde a postagem sobre o sumiço das gravações da voz do prefeito Bulgarelli no prédio da Polícia Federal, de acordo com o quadro de estatísticas do Blogger, o Marilialeaks teve 195 visualizações de página. Interessante que destas, 13 vieram dos Estados Unidos e, mais uma de cada país, também da Suíça, Reino Unido e Itália.

Admito que ainda estou aprendendo a usar todas essas ferramentas que a internet proporciona, tenho uma enorme lista de e-mail's para organizar e abrir contas no Orkut e Twitter para melhorar ainda mais a comunicação das postagens. E me familiarizar com o scanner para trazer a vocês a publicação de documentos, além de aprender fazer edição para colocar áudios no blog.

Realmente agradeço aos Amigos. Vocês me renovaram forças e trouxeram de volta a esperança de que o Jornalismo mexa com as pessoas, auxilie na reflexão da realidade e possa ser instrumento para mudanças.

Fico feliz em estar voltando a dar minha contribuição neste processo. E que o retorno ao trabalho vai me proporcionar, ainda sem saber como, o sustento para ir acertando a vida e sobreviver com um mínimo de dignidade.

"A PRAGA DO BULGARELLI"
Peço desculpas pela "furada" na postagem de ontem. Agradeço ao Jô Fabiano, do programa Ponto de Vista, do canal 9 da tv a cabo, pela referência a um vírus que atacou meu computador anteontem. Deve ter sido "praga do Bulgarelli"... O equipamento está numa lan house (de onde escrevo agora estas mal traçadas linhas) sendo formatado e amanhã estará zerinho.

E por falar no Jô Fabiano, só pra ter uma idéia da força do Facebook e do Ponto de Vista, vale destacar a mensagem que recebi do novo Amigo Felipe Ferreira. Ele "solicitou minha amizade" ao ver o perfil do Jornalista Oswaldo Machado no Facebook; e disse que me conhecia "de nome" pelas participações no programa do canal 9. É uma via de mão dupla, meus caros.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"FORÇAS OCULTAS"??? Gravação com voz de Bulgarelli oferecendo dinheiro a jornalista "desaparece" na Polícia Federal em Marília

Tomou doril... Sumiu...

Pelo menos dois de quatro cd's com mais de três horas de gravações feitas pelo jornalista Oswaldo Machado com bastidores da campanha de reeleição do prefeito Mário Bulgarelli (PDT) simplesmente desapareceram dentro do prédio da Polícia federal em Marília.

O material faz parte do inquérito 336/09, que apura irregularidades como uso de caixa 2, enriquecimento ilícito de agentes públicos e abuso do poder econômico e político na campanha de 2008. Há expectativas de que seja concluído até o final do mês de março ou abril deste ano.

Se a lei for cumprida à risca, Bulgarelli pode ser cassado pela Justiça Eleitoral, embora existam dúvidas se assume o vice Ticiano Tóffoli (PT), ou quem estiver na presidência da Câmara ou se haverá convocação de novas eleições. A única certeza é que a lentidão do inquérito beneficiou os acusados.

O jornalista é a principal testemunha de acusação e, no decorrer das apurações, chegou a ser agredido quando estava a caminho da Prefeitura e Câmara de vereadores, em busca de certidões oficiais de documentos para subsidiar o inquérito. O suspeito é o servidor municipal Alexandre Pereira dos Santos, o "Coxinha".


O SUMIÇO DAS GRAVAÇÕES
Oswaldo Machado protocolou um "termo de declarações" na delegacia da PF em 24 de agosto de 2009, com dois novos cd's de áudio em anexo. O "sumiço" foi descoberto pelo delegado Sandro Viana dos Santos, que assumiu o inquérito meses depois, em substituição ao delegado José Navas Júnior.

Por esse motivo, a investigação sofreu mais um atraso (vem se arrastando desde julho daquele ano...), o que impediu a elaboração de laudo técnico oficial com a degravação das conversas, feitas por iniciativa própria do jornalista, que temia estar sendo vítima de "armação" por parte do gabinete do prefeito.

Em virtude do desaparecimento das gravações, o delegado Sandro Viana determinou a abertura de sindicância interna na PF para apurar responsabilidades. O jornalista, que já foi vítima de furtos de documentos em sua casa nos tempos do ex-prefeito Abelardo Camarinha (PSB), não guarda mais papéis e semelhantes na residência.

Mas comprometeu-se a entregar cópia da petição protocolada assim que encontrar a pessoa que desde então passou a esconder parte de sua papelada. Cópias dos cd's, também por medida de segurança, estão com outra pessoa, em outro local, mas também serão entregues à autoridade em breve.

O fato não chega a ser grave como o sumiço de inquéritos na Polícia Civil do Rio de janeiro, como vem sendo noticiado nos últimos dias nos desdobramentos da Operação Guilhotina, mas comprometeu o andamento do inquérito em Marília, em que o principal investigado, o prefeito Mário Bulgarelli, até hoje foi sequer intimado para dar sua versão dos fatos, ao lado de outro suspeito, o chefe de gabinete Nelson Grancieri.

CALA A BOCA, JORNALISTA!
Oswaldo Machado foi o principal responsável pela condução da linha editorial do jornal Atualidades durante a campanha de 2008, com o "revival" de denúncias contra o ex-prefeito Abelardo Camarinha que ficaram escondidas dos marilienses durante a administração dele, quando Camarinha dominava a imprensa local apoiado por seu então fiel escudeiro José Ursílio.

A repercussão dos fatos mexia com a opinião pública e alavancava a campanha de Bulgarelli, principal beneficiário e orientador número um do trabalho. Pagamentos de jornalistas, gráfica terceirizada do jornal e panfletos anônimos, saíam diretamente do gabinete do prefeito, feitos em espécie por Nelson Grancieri.

O objetivo principal era minar a campanha a prefeito do deputado estadual Vinicius Camarinha (PSB). Como Oswaldo Machado ficou mais conhecido por ter investigado e denunciado irregularidades na administração do pai dele, foi contratado por Bulgarelli e Grancieri, além do dono do Atualidades, Maurício Machado, o "Palhinha", para fazer esse trabalho.

Desgastado em todos os sentidos ao longo de vários anos de luta contra a corrupção em Marília, em tempos que atuava praticamente sozinho, tentando ter seu próprio jornal, independente, Oswaldo Machado tinha compromisso assumido com a família e amigos de afastar-se da profissão e da política e buscar outra atividade a partir de 3 de outubro de 2008.

Mas levou calote em mais de R$ 40 mil de Bulgarelli, Grancieri e Palhinha. Continuou trabalhando e durante meses tentou receber o combinado, até que um dia se cansou. De repente, emissários de Bulgarelli e Grancieri passaram a procurar-lhe em busca de um "acerto", um "cala a boca".

Foi a partir daí, com receio de alguma "armação" por parte do gabinete do prefeito, que Oswaldo Machado passou a gravar encontros e telefonemas que recebia dessas pessoas, já determinado a desmascarar o que rolou nos bastidores da campanha eleitoral.

Nesse meio tempo perdeu o convívio de sua esposa e filha, que não suportaram mais tanta pressão e dificuldades financeiras. Chegaram a mudar de cidade com medo das consequências da nova etapa de brigas políticas. Até o irmão do jornalista, servidor concursado da Prefeitura, recebeu pressões para fazê-lo mudar de atitude.

São pelo menos nove gravações, com mais de três horas de áudio. na principal delas, dois dias depois de uma oficial de gabinete procurar Oswaldo Machado em nome de Bulgarelli, o próprio prefeito busca um acerto:

"- Eu sei que houve um desconforto (expressão usada corriqueiramente por Bulgarelli) entre você e o Nelsinho (Grancieri)... Mas eu tô mandando ele te dar um dinheiro aí... Pode deixar comigo que quando eu entro eu resolvo! Eu decido!"

Na sessão da Câmara de anteontem, o próprio vereador Eduardo Nascimento (PDT), ex-presidente do Legislativo e em 2008 principal articulador das alianças partidárias que levaram à reeleição do prefeito, disse: "-Esse Bulgarelli não é dado a cumprir acordos!"